Alimentação é um fator muito importante, não apenas para quem tem uma doença inflamatória intestinal mas para qualquer pessoa. Você já deve ter ouvido as frases "Você é o que come", "Que o alimento seja seu remédio". Sempre achei elas bonitas mas não entendia seu significado. Até recentemente começar a passar com uma nutrista que me ajudou muito a entender e a melhorar os meus hábitos alimentares e consequentemente a minha saúde.

Eu nunca me preocupei muito com alimentação. Na real eu tinha muitas outras preocupações e meus pais nunca me falaram sobre alimentação saudável. Me alimentava mal na época da faculdade; fast food, industrializados, refrigerantes, frituras, junk food eram algo comum na minha rotina. Inclusive foi na mesma época que eu fui diagnosticado com doença de Crohn.

Após isso eu aprendi pela experiência o que me fazia mal ou não, mas não busquei nenhum motivo. Deixava de consumir feijão, café, milho, fibra, frituras, sementes e preferia arroz, batata e frango em épocas de crise. Quando estava em remissão me perdia comer alguma coisa que gostava; chocolate, pizza, comida japonesa. O que me desencadeava algum sintoma do Crohn mas eu logo me recuperava.

Depois que fui morar sozinho passei a ser mais responsável pela minha alimentação, preparava algumas coisas ou pedia no iFood quando não tinha muito tempo, nada muito saudável mas melhor do antes. Já não tinha hábitos de comer frituras, churrasco, doces, porém, Coca-cola era um dos meus vícios.

Eu sempre fiz trabalho voluntário voltado para os animais e era próximo de muitas pessoas vegetarianas/veganas. Isso sempre foi um sonho pra mim mas eu não sabia se era possível por conta do Crohn. Já havia tentado 2 vezes parar de comer carne por conta própria mas não deu muito certo. Logo após eu até ouvi falar de que a dieta vegana poderia ser usado como tratamento eficaz para a doença de Crohn.

Até que eu resolvi me informar e tentar novamente, era um esforço que eu estava disposto a fazer, tanto pelos respeito aos animais, questão de saúde e ambientais. Não queria me encaixar no rótulo de vegano, se eu diminuisse meu consumo de carne, já estaria muito feliz.

Consegui o contato de uma nutricionista que atende online e conhece as doenças inflamatória intestinais. Marcamos uma ligação e conversamos por uma hora, ela me fez várias perguntas sobre alimentação e saúde, o que eu comia, horários, se tinha rinite, sinusite, se eu dormia bem, tinha disposição, bebia água, fazia exercícios e etc.

Ela me explicou que temos milhões de bactérias no intestino e que devemos manter as bactérias boas e eliminar as ruins, que acabam causando o processo inflamatório no nosso corpo.

Resumindo o plano alimentar que ela montou pra mim, ela pediu pra eu:

  • Usar adoçante ou açucar demerara, pois o açucar refinado é alimento para as bactérias ruins.
  • Diminuir o consumo do glúten pois a maioria das pessoas tem dificuldade pra digeri-lo ou intolerância.
  • Preferir consumir o leite vegetal, como de amêndoas, coco ou soja ao invés com lactose.
  • Consumir mais leguminosas (feijão, soja, grão de bico) pra repor os nutrientes da carne.
  • Preferir alimentos naturais e menos processados.
  • Beber 3 litros de água por dia.
  • Comer 2 ovos por dia, legumes, folhas.
  • Frutas com aveia, panqueca de banana, crepioca.
  • Tomar um chá antes de dormir.

Ela me passou o que eu devia comer em cada refeição e me deu duas refeições livres na semana. Eu também decidi comer carne uma vez por semana quando estiver com vontade.

Eu preciso dizer que estou há 3 meses sem tomar nenhum medicamento para o Crohn. Por conta da pandemia & minhas consultas terem sido suspensas & eu estar em remissão há um tempo & precisar resolver a papelada do alto custo pra dar entrada novamente & prefiro ficar seguro do covid dentro de casa.

Depois de algumas semanas eu já sentia a diferença no meu corpo, passei a dormir melhor, me sentir mais disposto, menos inchado, ir menos no banheiro e todos meus sintomas do Crohn melhoraram. Na verdade nunca mais tive cólica, sangramento, perda de muco, diarréia, constipação. O único sintoma que eu tenho é uma fistula anal que sempre me incomodou mesmo quando eu estava tomando os remédios. Agora, cuidando da minha alimentação, ela diminuiu de uma forma que eu nunca havia visto e estou muito feliz com isso.

Alimentos de origem vegetal podem ser caros comparados aos demais, como leite de amêndoas, mas existem muitas opções e você até pode fazer em casa. Eu também penso que não existe gasto com saúde e sim investimento. Eu prefiro pagar caro num alimento saudável agora do que ficar doente e gastar com remédio depois.

Além disso, salvar o planeta de um desastre ecológico não sairá barato e sem um mínimo de esforço de cada pessoa.

Mesmo que você não pretenda deixar de comer carne, eu super recomendo que passe com uma nutricionista pra te ajudar a se alimentar melhor e cuidar da sua doença inflamatória intestinal. Se quiser eu posso até te passar o contato da nutriciosta com quem eu conversei, basta entrar em contato comigo pelo link do whatsapp logo a baixo.