Um dos grandes problemas referente a DII é a falta de informação. Vejo cada vez mais pessoas diagnosticadas, em crise, assustadas e sem saber o que fazer.

Sempre digo que é possível ter uma vida normal, com uma alimentação saudável, fazendo o tratamento corretamente e mantendo o equilíbrio emocional, mas ainda é uma doença crônica, silenciosa e séria. Existem pessoas que entram nos grupos de apoio buscando informações sobre DII para seu parceiro ou familiar que foi diagnosticado, alguma forma de ajudá-los, mas infelizmente isso não é o suficiente se o paciente não ir atrás da remissão. Já vi relatos de pessoas dizendo que seu companheiro desistiu de lutar, não queria se tratar e estava psicologicamente abalado. Consequentemente, veio piorar e acabar falecendo. Isso é triste e acontece mais do que imaginamos.

Outro caso que nunca irei esquecer é do Guilherme Rodrigues , que tinha Doença de Crohn e foi morto pela própria mãe. Segundo ela, ele não aguentava mais sofrer e pediu para ser morto. Óbvio que não justifica e ela foi presa. Guilherme era um jovem feliz, se tratava, estudava e tinha uma vida inteira pela frente. Isso chocou toda comunidade de DII. Vi várias matérias sobre esse caso em tudo quanto é lugar e nos artigos, vídeos e comentários, quase ninguém conhecia a Doença de Crohn. Independente da motivação, creio que ela não sabia o avanço no tratamento e os novos medicamentos promissores, que já estão em testes fora do Brasil.

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Guilherme Magalhães Rodrigues, 20 anos.

Me pergunto constantemente se histórias assim seriam diferentes se soubessem de todas as informações que posto no meu blog. Criei ele principalmente para amenizar esse problema, junto com a vontade de ajudar outras pessoas, contando o que eu aprendi, historias de outras pessoas que superam a DII todo dia, para nos inspirar e evitar que esses casos não aconteçam novamente.

Ter uma doença auto-imune, ainda sem cura e que causa grandes mudanças em nossa rotina pode assustar qualquer pessoa, mas poderia ser pior. Lembro de ter ficado aliviado quando a médica disse que eu tinha Doença de Crohn e iria começar o tratamento, de tanto que fiquei mal, por 2 meses, sem saber o que era, imaginando algo mais grave. Nessa época me preocupava demais com coisas substanciais e esquecia da minha saúde. Minha visão sobre o que era importante mudou nesse dia, em 24 de Setembro de 2014.

E quantas pessoas estão sentindo os sintomas e não procuram um médico nem começam o tratamento, ficam em silêncio, sofrem preconceito ou tem medo expor sua condição. A melhor forma de resolver isso é conscientizar a sociedade de que é uma doença cada vez mais comum, não é contagiosa, tem fatores autoimune, genético e ambientais, pode atingir qualquer pessoa, por isso NINGUÉM está livre dela.

Alguns casos são mais graves do que outros, pode ser difícil encontrar um médico experiente em DII ou bancar todos os exames. Qualquer pessoa, até mesmo eu, está sujeita a ter alguma complicação durante o tratamento, mas, que isso não ocorra mais por falta de informação.