Ser diagnosticado com uma Doença Inflamatória Intestinal (DII) com certeza muda a sua vida mas não te impede de segui-la e conquistar todos seus objetivos. Muitas vezes, nós que criamos nossas limitações e está tudo na nossa mente, no que acreditamos que somos capazes ou não.

E tivemos grandes exemplos nos Jogos Olímpicos do Rio 2016. A britânica Siobhan-Marie O’Connor, diagnosticada com Retocolite Ulcerativa em 2012, foi medalha de prata nos 200m livres. Perdendo a medalha de ouro por 0.3s.

Siobhan-Marie O’Connor, 20 anos.

{" "} "Eu fiquei preocupada quando tive esses problemas pela primeira vez, eu me sentia doente e não sabia o porque, então eu fiquei aliviada quando recebi o diagnostico. Eu me sentia muito cansada, me sentia fraca mas não queria sentir pena de mim mesmo porque não era uma lesão ou qualquer outra doença comum, que fazem parte do esporte profissional. Foi uma época muito difícil até ser diagnosticada, hoje eu olho para trás e não sei dizer como eu nadava quando estava tão doente. Eu vejo minhas pessoas e estava 10Kg mais magra e estava cansada o tempo todo." 

 

Ela não foi a única portadora de uma DII a competir nas Olimpíadas, a nadadora norte-americana Kathleen Baker foi diagnosticada com Doença de Crohn aos 13 anos, muitos questionaram sua ideia de concorrer as Olimpíadas e até de continuar sua carreira como nadadora por causa dos sintomas, do tratamento e das consequências da doença. Mas ela não desistiu, se adaptou a uma nova dieta, rotina de treinos e acompanhamento médico. Kathleen foi bem em outras competições e conseguiu o direito de disputar as Olimpíadas do Rio de Janeiro desse ano, muito mais do que isso, ela acaba de conseguir a medalha de prata na modalidade 100m de costas.

Kathleen Baker, 19 anos.

"Eu realmente já passei por muitas adversidades. Eu realmente acho que o esporte me ajudou, sabendo que ele poderia ser tirado de mim. Eu amo nadar mais do que qualquer coisa nesse mundo e poder ser capaz de nadar nos Jogos Olímpicos, é um sentimento inacreditável. Eu espero inspirar muitas pessoas hoje, isso é uma coisa que eu gostaria de fazer. Eu nunca desisti dos meus sonhos por causa da Doença de Crohn, espero que as pessoas façam o mesmo."

As DII’s não escolhe por raça, fé, gênero ou pelo saldo no banco. Ou se você está no hemisfério norte ou sul da terra. É uma doença autoimune, ninguém está livre de ter. Kathleen Baker faz tratamento com a mesma Humira que nós tomamos aqui no Brasil. Mas o que quero dizer é que todos nós que sofremos de uma doença crônica sabemos qual é essa sensação, de nos sentir diferentes das outras pessoas, e é incrível ver uma de nós ganhando uma medalha numa Olimpíada. Citando Engenheiros do Hawaii, nossas dores, que ninguém nunca sentiu, talvez seja o sentimento mais comum. Não somos poucos, não somos invisíveis, não somos diferentes.