Você aceita a doença de Crohn como o seu companheiro, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, nas crises e remissões, para sempre, ou até encontrarem a cura? Pois ela estará do seu lado em todos os momentos.

Há 3 anos eu fui diagnosticado com uma doença autoimune, grave se não tratada e sem cura chamada doença de Crohn, me lembro de sair aliviado do consultório depois de receber essa notícia, pois:
1 – Agora eu sabia porque estava mal.
2 – Havia tratamento e
3 – Eu não estava morrendo.

Desde então eu tenho uma relação com a Doença de Crohn, não de raiva ou negação, porque ela vai continuar ali eu aceitando, me tratando ou não, e o único a perder e senti-la sou eu, então melhor que posso fazer é conviver em harmonia com ela, não vê-la como minha inimiga.

Nesse tempo passamos por muitas coisas juntos, boas e ruins, dores, remédios, banheiros e conquistas, ela estava comigo na minha formatura, quando consegui meu trabalho e fui morar sozinho, e me imagino nessa relação com altos e baixos, daqui a 10 anos, ou até encontrarem a cura.

Nessa altura já me adaptei, conheço ela muito bem, sei que ela não vai gostar se eu comer algumas coisas, se eu não tomar meus remédios ou ficar estressado. Óbvio que quero parar de depender dos remédios e não ter mais uma doença, mas até lá, se não acontecer, pra mim está tudo bem, aprendi a aceitar as coisas como são, como a própria doença ou qualquer outro problema, sem precisar criar um conflito interno sobre isso, sem me apegar ao momento ou circunstâncias, pois nada no universo é permanente, como as marés altas e baixas.

Apenas um exemplo; hoje eu estou numa fase nova, de introspecção e crescimento pessoal, me afastei de todas as redes sociais, mídia aberta e internet, por isso dei uma sumida do blog mas quero voltar a escrever com mais frequência agora. Meu companheiro Crohn ainda está comigo, pra sempre me lembrar o que já passei e tive que superar para chegar até aqui, além das pessoas maravilhosas que eu conheci e que entram, comentam e compartilham o meu blog.